Um dia desses vi na TV uma entrevista dada por mim a um jornal diário. Naquele instante, me senti menor frente à imagem projetada pelo televisor. A partir daquele momento, questionei, a mim mesmo, minha existência; estava sozinho, e assim gostaria de permanecer para todo o sempre. Quem mais desejaria a minha presença, a não ser eu; já que não sou boa companhia - senão, onde eles estariam – prefiro ficar sozinho, junto de mim. Eles já têm tudo: livros, entrevistas e fotos; é o bastante. Não sou nada frente ao que construí, sendo assim, tudo o que fiz, um dia não significará nada.
Doutor Pasavento (Enrique Vila- Matas).
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