Se não tivesse esposa ou filho, me dedicaria, talvez, ao ofício que tanto me faz sofrer ao tê-los. Já que os tenho, sofro, fujo, escrevo, divago e apago (não sei o quê ou quem) – me encontro a partir do momento em que perco minhas referências – sou humano, e por essa condição tão essencial, deixo que minha doença me aniquile, aos poucos, através da iníqua exigência que fizeram para o meu bem; de qual bem? Escrevo para eternizar; silencio para continuar; não sei até quando?
O mal de Montano (Enrique Vila-Matas).
Nenhum comentário:
Postar um comentário